1ª Aula: Concpeção de Alfabetização

Partindo da falta de clareza teórica e didática de muitos educadores, surge a necessidade de se rever e revisitar os referenciais teóricos que contribuem para a concepção de alunos ativos, como indivíduos que interagem com as práticas de ensino, especificamente o ensino de leitura e escrita na etapa de alfabetização inicial.

Priorizamos a análise das formas de ensino da notação alfabética no processo de alfabetização por ser o momento do qual se exige da escola a inserção dos alunos na cultura escrita e a autonomia na leitura e produção de textos.

Diante dessa realidade, é necessário um aprofundamento das teorias formuladas por Emília Ferreiro, Ana Teberosky, Magda Soares e Délia Lerner, buscando esclarecimentos de problemas de ordem teórico-metodológico, visando permitir principalmente aos alfabetizadores a oportunidade de avaliar sua prática e reformular novas propostas pedagógicas que possibilitem uma efetiva aprendizagem dos alunos em direção ao seu desenvolvimento integral.

Nesse aspecto, enfatiza-se a importância do alfabetizar letrando destacando a proposta de letramento segundo Magda Soares, onde o aluno seja alfabetizado em um contexto onde leitura e escrita tenham sentido.

Partindo dessa vertente teórica explicitada por Magda Soares, fica explicito que se faz importante diferenciar alfabetização de letramento. Ou seja, a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita pelo indivíduo ou grupos de individuos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade.

Por isso que a alfabetização deve se desenvolver em um contexto de letramento como início da aprendizagem da escrita, como desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em relação a esse aprendizado; entendendo que a alfabetização e letramento, devem ter tratamento metodológico diferente e com isso alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da língua escrita, falada e contextualizada nas nossas escolas. Letramento é informar-se através da leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as histórias em quadrinhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa, fazer comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama. Letramento é ler histórias com o livro nas mãos, é emocionar-se com as histórias lidas, e fazer, dos personagens, os melhores amigos. Letramento é descobrir a si mesmo pela leitura e pela escrita, é entender quem a gente é e descobrir quem podemos ser.

Para finalizar cabe destacar que o conhecimento das letras é apenas um meio para o letramento, que é o uso social da leitura e da escrita. Para formar cidadãos atuantes e interacionistas, é preciso conhecer a importância da informação sobre letramento e não de alfabetização. Letrar significa colocar a criança no mundo letrado, trabalhando com os distintos usos de escrita na sociedade. Essa inclusão começa muito antes da alfabetização, quando a criança começa a interagir socialmente com as práticas de letramento no seu mundo social. O letramento é cultural, por isso muitas crianças já vão para a escola com o conhecimento alcançado de maneira informal absorvido no cotidiano. Ao conhecer a importância do letramento, deixamos de exercitar o aprendizado automático e repetitivo, baseado na descontextualização.