quarta-feira, 11 de novembro de 2009

1ª Aula: A importância dos jogos na Educação

Para entender melhor esta questão observaremos o que nos alerta Huizinga (1996), que o jogo é mais antigo que a cultura, pois esta pressupõe ação humana. Porém, no caso do jogo, podemos ver sua presença até entre animais, eles se interagem, se convidam para brincar, respeitando as regras necessárias, ou seja, os limites para que aquela ação fique no campo do faz-de-conta, e através da brincadeira, surge o sentimento de imenso prazer e divertimento.

No entanto, o jogo não busca suprir somente as necessidades fisiológicas ou/e psicológica imediata, pois como nos aponta este autor, que jogo “é uma função significante, isto é, encerra um determinado sentido. No jogo existe alguma coisa “em jogo” que transcende as necessidades imediatas da vida e confere um sentido à ação” (HUIZINGA, 1996, p. 3).

A partir desta idéia podemos afirmar, que todo jogo tem seu significado, e independente de qual seja, é importante ressaltar que implica a presença de um elemento não material em sua própria essência.

Uma característica essencial do jogo é a liberdade, ou seja, para que uma brincadeira aconteça é necessário que parta dos seus participantes o desejo e interesse por desenvolver certas atividades, sem ser obrigatório, tornando-se ao mecânico e sem significado. Outra característica muito importante do jogo é o faz-de-conta, a evasão da vida real para uma esfera temporária de atividade como orientação própria.

Com Brougère (1998) podemos perceber que o brincar, assim como a arte, não deve ser vista como simples relação com o real. E deve ser sempre considerada como atividade carregada de significação social, e não somente como um ato individual. E precisa, como outras atividades humanas, ser ensinada.

O jogo só existe dentro de uma cultura que a partir de suas características o interpreta como tal. Há um sistema de significação que faz com que certas atividades humanas sejam consideradas como jogo. Ou seja, “para que uma atividade seja um jogo é necessário então que seja tomada e interpretada como tal pelos atores sociais em função da imagem que têm dessa atividade”. (BROUGÈRE, 1998, p. 22)

As representações são um aspecto importante, pois contribuem para a construção do papel social. O ato de representar pressupõe algumas regras e situações imaginárias de faz-de-conta, porém geralmente não regras combinadas, implícitas, que definem os comportamentos das pessoas imitadas dentro do seu papel social.

Vygotsky chega a afirmar que é pelo jogo que o sujeito se faz humano, se desenvolve. No jogo a criança parece ser maior do que ela é, pois na vida maior não pode ser, e por meio do brinquedo se faz possível. Neste sentido o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog